Árbitro de futebol: o dono do apito

O futebol desperta paixões. Por isso, não é de estranhar que muitos homens e mulheres queiram ter uma profissão ligada a esse esporte. Embora a maioria das pessoas sonhe em ser um jogador profissional, outros preferem assumir um papel diferente em campo: comandar uma partida.

Árbitro de fútbol con la mano hacia arriba

Segundo a Escola de Árbitros Flávio Lazzetti (EAFI), da Federação Paulista de Futebol (FPF), são muitos e variados os fatores que levam uma pessoa a decidir ser juiz de futebol, como gostar de esporte, aptidão para o apito, ser um ex-atleta ou ex-jogador ou mesmo influência familiar.

Árbitro Flávio Lazzetti (EAFI)

 

É o caso do Marcelo de Lima Henrique, um dos principais homens do apito do Brasil e hoje ligado à Federação Cearense de Futebol. Ele conta que começou como goleiro com 10 anos e seguiu atuando na posição por muito tempo, tendo jogado em times como América, Bangu e Operário do Mato Grosso do Sul, além da seleção das Forças Armadas e da Marinha.

Árbitro Marcelo de Lima Henrique

 

“Mi cura fue árbitro durante 20 años y me animó mucho. Digo que tengo 51 años, pero soy árbitro de fútbol desde los cinco, porque desde entonces entendí lo difícil que era la vida del árbitro”, revela el profesional con más experiencia en arbitrar un partido en la selección brasileña. Campeonato.

Árbitro Marcelo de Lima Henrique

 

O árbitro de futebol na era do VAR

O VAR (Video Assistant Referee) atualmente é de extrema importância para o futebol profissional mundial. Esse equipamento tem basicamente a finalidade de corrigir erros de arbitragem, sejam de impedimentos, gols mal anulados, expulsões etc.

Vamos imaginar que o VAR sempre tivesseexistido, desde Charles Miller, que introduziu o futebol no Brasil em 1884, ou William Paatss que fez o mesmo, em 1887, no Paraguai. A história do futebol seria diferente?

Charles Miller

"O VAR trouxe mais justiça ao jogo, mas, ao mesmo tempo, a arbitragem de campo está mais exposta e precisa regularmente evoluir seu desempenho. É fundamental termos um VAR com consistência, agilidade e assertividade na cabine”, afirmou a EAFI em nota para a Nissei Tag.

Para Marcelo, o VAR é um anjo da guarda, uma ferramenta de apoio para o árbitro que veio para ficar. “Se antes os torcedores já não admitiam erro, agora que é possível ver e rever os lances com o VAR, a cobrança é ainda maior. E a gente trabalha muito para acertar sempre”.

 

Sete curiosidades sobre a arbitragem na Copa do Mundo 

árbitro con silbato y tarjeta roja en la mano

1 - O belga John Langenus foi quem apitou a primeira final de Copa do Mundo. Outra curiosidade do árbitro é que ele também participou como árbitro das Olimpíadas de Verão em 1928.

 

2 - A Inglaterra é o país com mais árbitros em finais de Copa. Eles apitaram quatro vezes, seguido de italianos, que ficaram com o apito em três ocasiões.

 

3 - Em 1982, na Espanha, o brasileiro Arnaldo César Coelho foi o primeiro juiz não europeu a apitar uma final de Copa. Romualdo Arppi Filho repetiu a façanha quatro anos depois. Ele deu cartão amarelo para o argentino Diego Maradona.

 

4 - O mais famoso erro de arbitragem aconteceu na Copa de 1986. Diego Maradona, em um clássico incendiado por conta da Guerra das Malvinas, fez um gol contra a Inglaterra com o braço que ficou conhecido como “a mão de Deus”, garantindo a vitória do time dele por 2 x 1. Naquele ano, a Argentina conquistou o segundo título mundial.

 

5 - O inglês Hellmut Krug foi o primeiro juiz a expulsar um goleiro em uma Copa do Mundo. O italiano Gianluca Pagliuca tomou o cartão vermelho, aos 21 minutos do primeiro tempo do jogo entre Itália e Noruega pela primeira fase da Copa de 1994, depois de tocar a bola com a mão fora da área.

 

6 - A Copa de 2010 foi marcada por erros de arbitragem, e dois juízes foram afastados do Mundial. O uruguaio Jorge Larrionda não validou um gol da Inglaterra na disputa vencida pela Alemanha 4 x 1. Já o italiano Roberto Rosetti não marcou o impedimento argentino no primeiro gol da partida em que o México foi derrotado por 3 x 1. A Fifa pediu desculpas oficiais pelos erros.


7 - Pela primeira vez em 92 anos, a Copa do Mundo teve mulheres na arbitragem. Três árbitras foram selecionadas para a Copa do Catar. A francesa Stéphanie Frappart, a ruandesa Salima Mukansanga e a japonesa Yoshimi Yamashita, além de três assistentes a mexicana Karen Díaz Medina, a americana Kathryn Nesbitt e a brasileira Neuza Back.

 

Texto: Mariana Pivatto

Crédito fotos: Federação Cearense de Futebol