Campeões da Copa do Mundo: Histórias das Seleções

A cada quatro anos, seleções nacionais de futebol de todo o planeta entram em campo com um único objetivo: o título da Copa do Mundo. E essa honra é para poucos, já que somente oito conquistaram a taça mais cobiçada do futebol mundial até agora entre os 211 países filiados à FIFA

MUNDIAL URUGUAY 1930 🇺🇾 La 1ª Copa del Mundo | La Historia de los  Mundiales - YouTube

Juntando Brasil, Itália e Alemanha, já temos nove troféus. A Itália não irá participar da competição este ano, mas os dois outros países seguem como os mais temidos pelos adversários e estão no topo da lista de vitórias.

 

Quem é o maior campeão das Copas?

O maior campeão das Copas do Mundo está na América Latina! O Brasil, de grandes nomes como Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e Rivaldo, é o único que levantou a taça cinco vezes.

A Canarinha venceu pela primeira vez em 1958 — a primeira Copa do Pelé —  e voltou ao pódio na edição seguinte, em 1962, e depois em 1970 — tornando-se a primeira seleção tricampeã do mundo.

Apenas em 1994, 24 anos depois, veio o tetracampeonato, nos Estados Unidos, enquanto o Penta foi conquistado em 2002, na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul.

Documental Pelé. Llora al recordar la final del Mundial de México 1970 -  Grupo Milenio

 

Outras seleções que ergueram a taça do mundial 

Além da seleção brasileira, que conquistou cinco das 21 copas, a Alemanha e a Itália figuram também entre as maiores campeãs do torneio. Os dois países europeus conquistaram quatro títulos, mas só os alemães têm chance de empatar com o Brasil, já que o pessoal da terra da bota não se classificou para o mundial de 2022.

Ainda na Europa, a França aparece com dois títulos, enquanto na América do Sul, a Argentina e o Uruguai também levantaram o troféu duas vezes.

Espanha e Inglaterra fecham a lista de seleções Campeãs do Mundo de futebol com uma só  conquista. E quem vai levar a taça para a casa desta vez? O jornalista e autor, Lycio Vellozo Ribas já tem suas apostas!

 

Entrevista com Lycio Vellozo Ribas

Autor do Livro de Ouro das Copas conta histórias curiosas e fala sobre  Catar-2022 - Bem Paraná Você pode até não gostar de futebol, mas se há um evento esportivo que deixa quase todo mundo ligado em frente à televisão é a Copa do Mundo. Assistida por bilhões de pessoas, a competição teve início em 1930 e será disputada no Catar em 2022.
 
 Prato cheio para o escritor e jornalista Lycio Vellozo Ribas, que recentemente lançou a edição de 2022 de “O Livro de Ouro das Copas”,  e conversou com a Nissei Tag sobre o assunto.

 

Por que o futebol e a Copa do Mundo fascinam tanto?

Vejo o futebol como a única linguagem universal do mundo. Em sua essência, é um jogo simples de jogar, fácil de entender, não depende de muito equipamento, é democrático (jogam baixinhos, grandões, gordos, magros). E a Copa do Mundo é o ápice do futebol. No intervalo de um mês, os melhores jogadores do mundo estão em uma única competição. Além disso, o poder econômico pesa bem menos. Não tem aquela coisa de time mais rico contratar os melhores jogadores, como faz o Paris St. Germain (França), por exemplo. Os países têm que se virar com o que têm.

 

Ao todo, foram 21 copas realizadas desde a primeira edição em 1930. Por que você acha que só oito seleções foram campeãs até agora?

A concorrência é sempre muito forte. Time que se prepara mal não ganha nunca. E mesmo time que se prepara pode não ganhar. Na verdade, até os países mais tradicionais nem sempre conseguem montar uma seleção competitiva. Fora Brasil, Alemanha e Argentina, os outros países às vezes têm gerações boas de jogadores, às vezes não têm.

 

A Holanda, por exemplo, formou uma geração fantástica nos anos 70, chegou a duas finais de Copas (1974 e 1978), mas não conseguiu sequer se classificar para os dois mundiais seguintes (1982 e 1986) porque a geração seguinte estava alguns degraus abaixo em termos de qualidade. A Itália, tetracampeã mundial, não se classificou para a Copa de 2018 e não irá à Copa de 2022. Lembrando que, até hoje, quase 80 países estiveram em Copas do Mundo e só 13 chegaram à final. Destes, oito foram campeões, sendo que dois deles (Inglaterra e Espanha) chegaram à decisão apenas uma vez.

 

Qual foi o título mais polêmico e por quê? E o mais merecido?

O mais polêmico foi o da Argentina em 1978. A Copa foi na própria Argentina, que vivia uma ditadura militar. O time chegou à final com a suspeita de que o Peru teria entregado o jogo, perdendo por 6x0. Mesmo na final, a arbitragem ajudou os donos da casa diante da Holanda, ao marcar umas 50 faltas a favor dos argentinos.

Argentina campeón del mundo 1978: recuerdos a 40 años de un equipo glorioso  | TN

Teve a Inglaterra de 1966, também, que venceu a final contra a Alemanha com dois gols irregulares — um em que a bola não entrou e outro com torcedores invadindo o campo. Já o mais merecido é difícil de apontar, porque todas as seleções tiveram algum mérito para chegar lá — até a Argentina de 1978. Mas tenho especial apreço pelas seleções brasileiras de 1958, 1970 e 2002, além da Alemanha de 1974 e do Uruguai de 1930. Eram os melhores times de suas épocas

Copa Mundial de Fútbol de 1966 - Wikipedia, la enciclopedia libre

 

O que esperar desta Copa de 2022, que será inédita em vários aspectos?

A Copa será no meio da temporada europeia e, por isso, os jogadores devem estar menos desgastados fisicamente e menos desfalques por lesão devem acontecer. Em 2014, por exemplo, uns 50 jogadores ficaram de fora do Mundial no Brasil por lesão — inclusive o meia francês Ribery, na época o terceiro melhor jogador do mundo.

Quanto ao clima, motivo do adiamento da Copa de junho para novembro (junho é muito quente no Catar), não creio que haverá problemas. As temperaturas devem estar amenas. Outro fator curioso é a proximidade dos estádios no Catar. A maior distância entre eles é de   60 km. Em tese, dá para ver quatro jogos presencialmente num só dia. Por outro lado, para os torcedores deve ficar bem caro.

 

Como você analisa as chances dos países sul-americanos?

O Brasil chega à Copa como um dos grandes favoritos. Fora as laterais, o resto do time é composto por jogadores de ponta em todas as posições. Curiosamente, a seleção brasileira está mais bem cotada entre os analistas estrangeiros que entre os brasileiros. A Argentina chega forte, pois tem agora  um goleiro confiável (Emiliano Martínez), o meio de campo está entrosado e o Lautaro Martínez se acerta com o Messi.

 

Creio que Brasil e Argentina podem chegar pelo menos às semifinais — e aí, segundo as projeções, eles devem se enfrentar por uma vaga na final. O Uruguai está um pouco abaixo dos dois, mas tem bons jogadores. Pode chegar até as quartas de final, pelo menos. Quanto ao Equador, acredito que não passe da fase de grupos; está em pior momento que Holanda e Senegal no grupo A.

Neymar se burla de la Argentina de Messi

 

No processo de escrita do livro, você deve ter encontrado histórias sobre as seleções campeãs que ninguém ou que pouca gente sabia. Quais são suas favoritas?

Lycio O Livro de Ouro das Copas

Há várias. Uma das minhas favoritas é a história que os jogadores da seleção brasileira de 1958 fizeram uma rebelião para forçar a escalação de Pelé e Garrincha contra a União Soviética. Na verdade, Pelé seria titular quando estivesse recuperado de lesão. E a escalação de Garrincha veio de uma conversa informal (não um motim) entre a comissão técnica e alguns jogadores. É interessante que essa história caiu numa situação de que a lenda ficou mais atrativa que a realidade.

Outra história de que gosto muito é a da união étnica dos jogadores da França de 2018. Dos 23 convocados, 19 eram filhos de imigrantes africanos ou de outras colônias francesas. Na seleção, eram todos iguais. Tem a história de que a Argentina teve medo do Uruguai durante a final de 1930. Mas também há histórias curiosas de outras seleções que não foram campeãs, como um jogador que era espião duplo durante a Segunda Guerra Mundial. Elas estão contadas em ‘O Livro de Ouro das Copas’.

 



Todos os países campeões da Copa Mundial da FIFA

5 títulos

Brasil - 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002

 

4 títulos

Alemania - 1954, 1974, 1990 e 2014

Itanlia - 1934, 1938, 1982 e 2006

 

2 títulos

França - 1998 e 2018

Argentina - 1978 e 1986

Uruguai - 1930 e 1950

 

1 título

Espanha - 2010

Inglaterra - 1966

 

Maiores artilheiros da história das Copas do Mundo

Miroslav Klose (Alemanha) - 16 gols - 28 jogos (2002, 2006, 2010 e 2014)

Ronaldo Fenômeno (Brasil) - 15 gols - 19 jogos (1994, 1998, 2002 e 2006)

Gerd Müller (Alemanha) - 14 gols - 13 jogos (1970 e 1974)

Just Fontaine (França) - 13 gols - 6 jogos (1958)

Pelé (Brasil) - 12 gols - 14 jogos (1958, 1962, 1966 e 1970)

 

 

Texto: Mariana Pivatto