Marcas no metaverso: um admirável mundo novo

A linha tênue que separa o mundo real do universo virtual está cada vez menor. Com o surgimento do Metaverso e a imersão de pessoas na internet, marcas e empresas precisam migrar seus produtos e serviços para uma nova realidade, evitando perder espaço nesse novo mercado. 

Veja como eventos recentes demonstram a adaptação das marcas no metaverso e prepare-se, você também, para ser um consumidor real e virtual.

Mark Zuckerberg enfrentou uma série de problemas legais nos últimos anos, relacionados às políticas de privacidade e tratamento de dados do Facebook. Com a implementação de legislações como a GRPD na Europa e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil, a empresa teve que se adaptar, mas não escapou do crivo da lei norte-americana. O resultado? A criação da Meta, um verdadeiro rebranding de 10 bilhões de dólares que já causou uma valorização imediata do universo virtual. 

Se antes os videogames eram apenas entretenimento, tornaram-se ponto de encontro com os amigos. Uma pesquisa deste ano da YPulse, consultoria especializada nos hábitos de consumo dos jovens, indicou que a maioria deles faz compras para seus personagens de jogos, por exemplo, e gostaria de poder ter os mesmos itens aqui no mundo real. 

Pode até parecer que esses fatos acima não sejam correlatos, mas na verdade desfrutam, sim, de uma verdadeira relação simbiótica. E todas as marcas e empresas são afetadas por isso. Agora, devem descobrir como coexistir e ganhar dinheiro em um ambiente onde tudo é novo e curioso: o Metaverso. 

De novembro de 2021 para cá, a busca por ações que envolvam realidade aumentada e o universo virtual aumentou em 750% para a Flex Interativa, empresa brasileira especializada no ramo. Levantamentos da PWC e da Bloomberg preveem uma movimentação no universo digital de 783 bilhões de dólares em 2024, ou seja: todas as marcas querem estar lá. 

Ainda é tudo muito novo — e um pouco confuso —, mas alguns nomes têm criado projetos interessantes que dão um spoiler do que vem por aí. Vale lembrar que a discussão sobre o que, de fato, é o Metaverso, ainda está aberta; e que, por enquanto, há ações pontuais de marcas em plataformas digitais que já existiam nesse formato de interação — ou mundo online —, como o Roblox e o Fortnite. 

Fortnite

Durante a pandemia, o jogo famoso entre os jovens recebeu shows de bandas do mundo real e sua empresa detentora, Epic Games, viu uma grande oportunidade nascer: o Fortnite deixou de ser um jogo para um verdadeiro hub de socialização. 

Desde então, marcas como GAP, Mattel, Nike e Ralph Lauren já criaram ações no espaço. O catalisador foi o aporte de um bilhão de dólares, que permitiu investir na criação de um verdadeiro universo. A ação mais notável veio depois do investimento: a Balenciaga criou skins para os avatares dos jogadores — a roupa que os personagens usam no jogo, e passou a vendê-las por oito dólares cada. Ou seja, por 100 V-Bucks (a moeda do Fortnite), um jogador pode comprar uma roupa da Balenciaga para seu avatar usar no universo. 

Roblox

A Roblox é uma plataforma que permite que usuários criem seus próprios jogos. Fundada em 2004, tem uma média de 47 milhões de usuários diários e cerca de 9,5 milhões de desenvolvedores criando jogos novos todos os dias. É claro que um ambiente assim tem também sua própria moeda digital e uma série de experiências virtuais. 

Em maio de 2021, a Gucci criou o Jardim Gucci dentro da Roblox. Uma instalação de arte que durou duas semanas com um objetivo: criar reconhecimento de marca entre os jovens usuários da plataforma. No Jardim Gucci, os jogadores podiam entrar com seus avatares, ver, experimentar e comprar peças da marca. 

No Brasil

A marca de moda masculina Aramis lançou sua própria ação no Metaverso: a jaqueta MetaHeat. Comprando a NFT, o usuário também recebe a jaqueta no mundo real. Isso faz parte da iniciativa Clube Aramis RED. Os membros ganham frete grátis por um ano, o NFT da MetaHeat, cashback em dobro e ainda entrada para um evento imersivo a ser divulgado. 

O Boticário, gigante da beleza, fez uma ativação de Carnaval dentro do jogo Avakin Life. Os avatares dos usuários puderam participar de blocos carnavalescos e também disputar em um concurso de maquiagem e penteados. Além desse, a empresa já anunciou que será patrocinadora do time feminino de e-sports Black Dragons, parte da estratégia de se conectar com as milhões de brasileiras que vivem no mundo dos games. 

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