Nascido de maneira despretensiosa em 1960, o skate foi criado nos Estados Unidos como um "surfe na calçada". Foi incentivado pelos fabricantes de produtos esportivos, que perceberam que os surfistas ficavam geralmente entediados nos períodos de ondas fracas. O "surfinho", como era chamado, chegou alguns anos depois na América do Sul, trazido por surfistas da costa oeste americana.
Algumas décadas depois, e com muito impulso cultural e midiático, o skate se tornou um esporte popular em todo o mundo e fez sua estreia nos Jogos Olímpicos de 2020 como uma das principais atrações de Tóquio.
No Brasil, com o surgimento de grandes nomes, a popularidade do skate só aumentou nas últimas duas décadas. O maior deles é o veterano Bob Burnquist, uma fera de rampa vertical e gigante, e o maior vencedor de medalhas na história dos X-Games, ganhando um total de 30 medalhas.
A nova geração também está indo muito bem. O país conquistou duas medalhas de prata na categoria street (que simula obstáculos encontrados na rua) com Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, a Fadinha do Skate.
De acordo com Anderson Brignol, educador físico e professor de skate, a procura pelo esporte aumentou a partir do meio do ano passado devido à pandemia. Com os Jogos Olímpicos, o skate explodiu em popularidade e ganhou mais visibilidade.
“A Rayssa Leal se tornou uma referência mundial e, ao vencer, trouxe esperança para milhares de meninas. Hoje elas são quase metade dos meus alunos”, conta.
Engana-se quem pensa que o skate é apenas um hobby para adolescentes que querem radicalizar. Na verdade, é um esporte para qualquer idade e faz bem para a saúde física e mental.
Além disso, atende a quem busca diversão ou um meio de transporte, desde crianças até adultos. Para a garotada, auxilia na aprendizagem esportiva e no desenvolvimento da coordenação. Já os adultos, como o adotam para locomoção e esporte, conseguem investir num estilo de vida mais saudável e melhorar o condicionamento físico.
Cada modelo tem sua finalidade, de transporte até a prática das diferentes modalidades. Com o tempo, a identificação do perfil do skatista com um estilo acontece naturalmente.
Além de meio de locomoção, dependendo do modelo e das adaptações, o skateboard é usado nas mais variadas modalidades esportivas, de street, banks e bowls até rampas verticais de distintos tamanhos, incluindo megarrampas.
É o modelo preferido de quem quer um skate para passeios em orlas, áreas de asfaltos e até descidas em ladeiras, conhecidas como downhill. Mas também há quem se aventure nas manobras ou nas pistas.
Por ser um modelo mais estável, quando comparado ao tradicional, tem a locomoção como principal função. Não é indicado para quem busca fazer manobras radicais, apesar de conseguir atingir boas velocidades
O skate é muito inclusivo e democrático. Pode ser praticado por pessoas de todas as idades e gêneros. Todo mundo vai encontrar seus próprios desafios e superar seus próprios limites. Ou seja, não perca tempo pensando que você não tem corpo ou idade para começar a patinar. Esse esporte aceita a todos!